Pois é, passamos cinco semanas no Brasil. Parece muito, mas passa voando. Foram quatro semanas em Campo Grande, três dias no Rio e três em São Paulo. Como passamos o ano todo longe da família brasileira, sempre dá uma peninha de viajar. Mas esse ano meu marido se rebelou, porque já era a sétima vez que íamos ao Brasil e ele ainda não conhecia o Rio. Como das outras vezes eu sempre ficava 4 semanas, dessa vez, o jeito foi ficar cinco, daí meus pais não sentiram que a gente foi embora rápido demais e ainda deu pra fazer um passeinho. Observações gerais:
- Muito curioso ver os jogos olímpicos no Brasil depois de tanto tempo. Em 2004, eu morava em Delft e em 2008, eu morava em Madrid. O que dá pra notar é como cada país acaba puxando a sardinha para os esportes em que o país tem tradição. Acho que desde o ano 2000 que eu não via um jogo de vôlei, porque nos países onde eu assisti os jogos, não se transmitia. Eu me lembro que na Holanda só dava hóquei o dia inteiro. Tipo a transmissão do futebol no Brasil, quando a tv transmite até os jogos em que o Brasil não está jogando. Em Madrid, eu alucinei querendo ver a ginástica artística, que eu adoro, mas nem rolou. Só transmitiam a ginástica rítimica, modalidade em que a Espanha tem um time competitivo. E os espanhóis também adoram todas as modalidades de ciclismo e o nado sincronizado. Mas o melhor do Brasil foi contar com quatro canais, cada um passando uma atração. Chegamos em Aruba a tempo de ver o último dia de competições e foi uma lástima, só tínhamos dois canais para escolher – nbc ou tv holandesa – e às vezes nenhum dos dois estava transmitindo nada relacionado aos jogos.
- Seguindo o tema olímpico, deu um medão ver como no Rio ainda falta preparar…quase tudo. E eu, que sou velha e tenho ótima memória, ainda lembro que quando faltava pouco tempo para os jogos de Los Angeles em 84 e rolava aquela história do boicote da União Soviética, os coreanos disseram que se tivesse algum problema, os jogos poderiam ser realizados em Seul, porque já estava tudo pronto. Uns com tanto esmero e outros com tão pouco…
- E pensando na questão da Copa, que já está chegando. Como os turistas vão fazer com esses aeroportos e essas companhias aéreas eu não sei. Ano vai, ano vem e tanto a Gol quanto a TAM continuam não aceitando cartão de crédito emitido fora do Brasil para comprar passagens pelo site. Daí você que é turista acaba tendo que ir ao aeroporto e pagando uma taxa de emissão super cara por não poder usar o site. No caso da Gol existe um atenuante: dá pra usar o site, fazer toda a reserva até a hora de pagar. Daí, quando você tenta pagar com o cartão internacional, eles dizem que não aceitam, mas que seguram a reserva pelo preço do site por meia hora, desde que você corra para o aeroporto para pagar lá. Bom não é, mas é menos mal. O inglês do povo que trabalha com turismo continua abaixo do mínimo necessário. Meu marido ligou para o atendimento internacional da TAM, falando inglês e o atendente respondeu em português, perguntando se eles podiam continuar a conversa nesse idioma. Sim, ele entende e topou, mas e os turistas que não são casados com brasileiras? Fora o inglês das comissárias de bordo, que continua sendo absolutamente incompreensível para não brasileiros.
- No geral, achei a comida no Brasil muito salgada. Já vi que onze anos fora definitivamente mudaram meu paladar. Não estranhei nadinha a notícia de que os brasileiros consomem cinco vezes mais sódio que o recomendado.
- Não compramos quase nada, mas achei os preços do supermercado um horror. Fui comprar seis ítens e gastei quase cem reais. Então para quem pergunta como são os preços dos supermercados em Aruba: é barato, galera. Bem mais barato do que o que vocês estão acostumados a pagar por aí.
- Tive vários reencontros com amigos do colégio e amigos da faculdade. É engraçado que agora uma das perguntas das notícias a serem atualizadas é: como estão seus pais? Daí um conta do avc, outro do glaucoma, dos médicos, dos remédios. Vinte anos atrás estávamos na faculdade e provavelmente éramos fonte de preocupação para eles. Dez anos atrás, tudo o que importava era o trabalho e a carreira. Sempre que nos encontrávamos era para falar quem estava trabalhando, onde estava trabalhando, quem tinha sido promovido ou não, quem estava procurando trabalho. E agora o foco já mudou de novo e somos nós os que nos preocupamos pelos nossos velhinhos, hehehe.